Este é um alerta do Doutor Vítor Tedim Cruz, presidente da Direção da SPAVC (Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral), numa entrevista que concedeu à Rádio Renascença.Em Portugal ocorrem anualmente cerca de 25 mil AVC” e que, desses, “mais de metade podiam ser adiados”, se a prevenção fosse mais eficaz.

Sobre a prevenção do AVC, o especialista considera que há comportamentos que podem ser adoptados para controlar os factores de risco, nomeadamente o tabagismo, a obesidade, a fibrilação auricular, a diabetes e o sedentarismo.

Questionado sobre o que ainda há por fazer para melhorar o tratamento do AVC, o neurologista defende a criação de mais unidades de AVC nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde para contrariar assimetrias no acesso a tratamentos.

Para o Doutor Vítor Tedim Cruz, parte tudo de um princípio de boa comunicação: “em Dezembro houve crises nas urgências. No terreno, foram identificadas muitas pessoas com sintomas de AVC que, ouvindo as notícias de urgências congestionadas, tiveram tendência para se deslocarem pelos seus próprios meios a um médico ou a um hospital privado para só depois serem reencaminhados para o SNS, onde estão concentradas as vias verdes do AVC”.

Por isso, segundo o presidente da SPAVC, “é muito importante cuidar das vias verdes do AVC, do enfarte agudo do miocárdio, do trauma e da sepsis, sempre que há notícias alarmantes” sobre o funcionamento dos serviços de urgência.

O Doutor Vítor Tedim Cruz realça ser urgente replicar os bons exemplos, “aquilo que se vai fazendo bem em algumas zonas do país”. Tal passo só será “possível com alguma atenção centralizada por parte do Ministério da Saúde”. “O AVC é, desde há décadas, a principal doença aguda em Portugal e a maior causa de mortalidade e perda de capacidade do indivíduo adulto”.

Texto (adaptado): Hugo Alexandre Rodrigues/Alcance Magazine
Fotografia: Freepik

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